quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Por que será que quando eu viajo ao passado Da minha existência Eu encontro tudo como era antes? Encontro casas Encontro ruas Árvores, jardins, pássaros Encontro tudo como estava naqueles tempos Mas nunca encontro as pessoas Nem vivas e nem mortas É tudo silêncio, vazio, vácuo Não há ninguém Nas ruas e nas casas A cidade está morta Os campos estão mortos Sem som, sem palavras Só eu é que vago e passeio Por aqueles lugares e espaços Onde eu andava, falava e corria Na minha infância e adolescência Ambas inconscientes e buscadoras da consciência Que só agora se apercebe De tudo o que ficou perdido Lá atrás. Por que será que quando eu remexo Vasculho, procuro, examino Gavetas e caixas Com fotos e cartas antigas Que retratam e falam Da minha pessoa E de todas as pessoas Que foram personagens Na peça teatral da minha vida Por que será Que me parecem todos Eu e eles Tão presentes, próximos e aqui E tão ausentes, longe, sumidos? Será que realmente tudo isso existiu? Às vezes eu penso que os encontros que eu tive Nas convivências foram todos eles fictícios Histórias inventadas Por minha solitária criação Nunca ninguém me viu ou se importou Com eu estar ali ou não estar Assim como eu nunca senti a dor de ninguém Nem quis sentir e nem me comovi. Por isso tudo eu acho que a cidade Está vazia não apenas quando eu viajo Pelo tempo, em busca do que era antes. A cidade está vazia agora E estava antes da minha viagem ao futuro Onde agora estou. A cidade está vazia Porque é assim que ela é Vazia Eternamente vazia.
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gostei do poema mas axei meio triste
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